Sistematização de Tecnologias Sociais e Adequação Sociotécnica de Tecnologias Convencionais para Catadores de Materiais Recicláveis Organizados em Empreendimentos Solidários

Autores

  • Hanna Tanaka Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Renan Finamore Universidade Federal do Rio de Janeiro https://orcid.org/0000-0002-5835-4771
  • Ana Carla Nistaldo
  • Marta Nistaldo

Palavras-chave:

Catadores de materiais recicláveis, Tecnologia Social, Adequação Sociotécnica

Resumo

Apesar de serem responsáveis por cerca de 90% de todo o material que é reciclado no Brasil (SILVA et al., 2013), os catadores (e suas formas de organização de apoio), este grupo social é historicamente marcado pela exclusão, sendo  caracterizado sob a ótica da “inclusão pela exclusão”. Isto é, se insere economicamente na sociedade por meio de uma atividade com acesso legítimo à renda, porém é excluído pela atividade de “catar lixo”, realizado em condições inadequadas, sem reconhecimento social e sem garantias trabalhistas (MEDEIROS E MACEDO, 2006). Nesse sentido, as tecnologias sociais (TS) surgem como alternativas de complementariedade às tecnologias convencionais (TC) com a proposta de serem práticas efetivas para a independência financeira de empreendimentos (autogestionários) baseados na economia solidária (EES) (DAGNINO, 2014). O objetivo geral do trabalho é agrupar diferentes iniciativas de eixos diferentes (tecnológico, administrativo, gerencial, entre outros) de modo a dar visibilidade dos usos dessas TS e TC inseridas sob a forma de AST por catadores e cooperativas de reciclagem brasileiras. A abordagem metodológica consistiu na sistematização de experiências em eixos e classificações de aplicação de TS e AST de TC nesses empreendimentos da economia solidária, de modo a avaliar brevemente seu processo de implementação, sua replicabilidade e os mecanismos de financiamento usados. Os grandes eixos e a consequente sistematização foram organizados com base em entrevistas e conversas informais com cooperados durante o mês de junho de 2024. Entende-se como principais resultados as TS e AST de: (1) incubação desses EES por ONGs ou incubadoras extensionistas de universidades com a co-criação de instrumentos de gestão e operação (potencialização do saber popular aliado ao conhecimento extensionista) visando melhores políticas públicas e eficiência operacional, (2) a agregação de valor aos resíduos plásticos (como extrusoras/injetoras), (3) replicação de experimentos de educação popular focado em temas sociais, econômicos e sua relação com a identidade das pessoas catadoras (p.ex.: UNICATA) (4) a apropriação de redes sociais e aplicativos para organização interna e visibilidade da sociedade.

Biografia do Autor

Hanna Tanaka, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Graduação em Engenharia Química pela Escola de Química/UFRJ e Mestranda do Programa de Pós Graduação no Programa de Pós-Graduação de Tecnologia para o Desenvolvimento Social (PPGTDS) do NIDES/UFRJ

Renan Finamore, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutor em Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), mestre em Planejamento Energético (área de concentração: Planejamento Ambiental, COPPE/UFRJ) e Engenheiro Civil (ênfase em Obras Hidráulicas e Saneamento, UFRJ). Professor adjunto do Departamento de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da Escola Politécnica da UFRJ e do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia para o Desenvolvimento Social (PPGTDS) do Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (NIDES/UFRJ).

Ana Carla Nistaldo

Diretora da COOPIDEAL - Cooperativa de Trabalho e Produção dos Catadores de Materiais Recicláveis Ideal

Marta Nistaldo

Cooperada na COOPIDEAL - Cooperativa de Trabalho e Produção dos Catadores de Materiais Recicláveis Ideal

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Publicado

2024-11-26