Sistematização de Tecnologias Sociais e Adequação Sociotécnica de Tecnologias Convencionais para Catadores de Materiais Recicláveis Organizados em Empreendimentos Solidários
Palavras-chave:
Catadores de materiais recicláveis, Tecnologia Social, Adequação SociotécnicaResumo
Apesar de serem responsáveis por cerca de 90% de todo o material que é reciclado no Brasil (SILVA et al., 2013), os catadores (e suas formas de organização de apoio), este grupo social é historicamente marcado pela exclusão, sendo caracterizado sob a ótica da “inclusão pela exclusão”. Isto é, se insere economicamente na sociedade por meio de uma atividade com acesso legítimo à renda, porém é excluído pela atividade de “catar lixo”, realizado em condições inadequadas, sem reconhecimento social e sem garantias trabalhistas (MEDEIROS E MACEDO, 2006). Nesse sentido, as tecnologias sociais (TS) surgem como alternativas de complementariedade às tecnologias convencionais (TC) com a proposta de serem práticas efetivas para a independência financeira de empreendimentos (autogestionários) baseados na economia solidária (EES) (DAGNINO, 2014). O objetivo geral do trabalho é agrupar diferentes iniciativas de eixos diferentes (tecnológico, administrativo, gerencial, entre outros) de modo a dar visibilidade dos usos dessas TS e TC inseridas sob a forma de AST por catadores e cooperativas de reciclagem brasileiras. A abordagem metodológica consistiu na sistematização de experiências em eixos e classificações de aplicação de TS e AST de TC nesses empreendimentos da economia solidária, de modo a avaliar brevemente seu processo de implementação, sua replicabilidade e os mecanismos de financiamento usados. Os grandes eixos e a consequente sistematização foram organizados com base em entrevistas e conversas informais com cooperados durante o mês de junho de 2024. Entende-se como principais resultados as TS e AST de: (1) incubação desses EES por ONGs ou incubadoras extensionistas de universidades com a co-criação de instrumentos de gestão e operação (potencialização do saber popular aliado ao conhecimento extensionista) visando melhores políticas públicas e eficiência operacional, (2) a agregação de valor aos resíduos plásticos (como extrusoras/injetoras), (3) replicação de experimentos de educação popular focado em temas sociais, econômicos e sua relação com a identidade das pessoas catadoras (p.ex.: UNICATA) (4) a apropriação de redes sociais e aplicativos para organização interna e visibilidade da sociedade.
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Copyright (c) 2024 Anais dos Encontros Nacionais de Engenharia e Desenvolvimento Social - ISSN 2594-7060
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