Desenvolvimento rural e pequenas cadeias produtivas do MST
Palavras-chave:
reforma agrária; cadeias produtivas solidárias; cooperação; Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem TerraResumo
No contexto da luta pela terra e pela viabilização da vida no campo no Brasil, observa-se a ação de agricultores assentados pela reforma agrária no sentido de organizarem-se em cooperativas e associações que visam o seu fortalecimento conjunto, buscando dignidade e qualidade de vida para os assentados e auxiliando aos que ainda não alcançaram essa condição. Para tanto, é fundamental tornar a terra produtiva, sem, no entanto, reproduzir o paradigma capitalista da geração de excedente de capital a qualquer custo. Este artigo tem por objetivo apresentar experiências concretas de reforma agrária cujos elos estratégicos – produção de matéria-prima, beneficiamento e industrialização, transporte e comercialização direta- estão sob controle de famílias cooperadas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Estas cooperativas existem desde a década de 1990 na Região Sul do Brasil e são referência para outros grupos de trabalhadores rurais do país, apesar de todas as dificuldades e desafios decorrentes do modo de produção capitalista e da busca pela construção contínua do trabalho coletivo e auto-gestionário, do fortalecimento da democracia interna e articulação com os movimentos sociais e instituições de apoio à Economia Solidária.