Tecnologia Social e economia solidária e as possibilidades de inserção soberana na economia
Resumo
Este artigo buscou discutir questões derivadas da proximidade entre as teorias circunscritas à economia solidária e o papel da tecnologia social em um contexto em que esta agregaria à economia solidária uma maior concretude, elemento importante considerando o caráter utópico dos seus princípios. A sinergia entre ambos os campos do conhecimento são claras e também variadas. Iniciativas são apresentadas e agrupadas de modo a possibilitar a formulação de questões temáticas em torno de teorias circunscritas à tecnologia social e economia solidária. Ditos agrupamentos identificam a tecnologia social em empreendimentos econômicos solidários sob a ótica da inovação e soluções técnicas; da organização e desenvolvimento comunitário; e da participação popular e controle social da esfera pública. Tal enfoque é precedido por ponderações sobre o lugar que a tecnologia tem na agenda dos agentes da economia solidária brasileira. Nesse processo, os valores não são a patente, a propriedade e a competição, mas a valorização da capacidade endógena, o do conhecimento tácito, do saber local acumulado tacitamente ainda que não sistematizado e, muitas vezes sequer refletido, pelas populações que trabalham em busca de formas de como sobreviver e de como se inserir no mercado com dignidade e autonomia.