O CONSELHO FISCAL DE UMA ASSOCIAÇÃO DE RECICLAGEM: DIFICULDADES NA APROPRIAÇÃO DAS ATIVIDADES POR PARTE DE SEUS MEMBROS

Autores

  • Rafael P. Juliani
  • Letícia Q. Macca
  • Ana C. G. Borges
  • Ana P. L. Bracaleon
  • Ana P. L. Bracaleon
  • Nayana P. C. Castelini

Resumo

Nas décadas de 80 e 90, o Estado brasileiro passa por uma reforma orientada pelos preceitos neoliberais, flexibilizando os contratos de trabalho e desresponsabilizando-o frente às demandas sociais. Assim, surge a Economia Solidária, visando a reorganização dos processos de trabalho e a propriedade dos meios de produção coletivos tendo por base a autogestão e os conceitos de igualdade, democracia e cooperação. Este molde de economia vem sendo utilizado por grupos de pessoas que, por terem alguma característica que as alija do mercado formal, não conseguem inserir-se em um emprego formal e garantir renda para suas famílias. Isso somado a um modelo de consumo que produz uma quantidade gritante de resíduos sólidos faz com que pessoas vejam no lixo uma oportunidade de gerarem emprego e renda. Com o surgimento das associações, como por exemplo, as ligadas à separação e venda de materiais recicláveis, surge também dificuldades internas e externas que impactam negativamente no empoderamento dos sujeitos envolvidos na administração. Através de uma metodologia qualitativa dentro dos moldes da pesquisa-ação, este trabalho objetiva identificar e analisar os fatores internos e externos que impactam negativamente no empoderamento das funções do Conselho Fiscal de uma Associação de Reciclagem de Jaboticabal-SP. Pôde-se observar que o grupo apresenta dificuldade em empoderar suas funções, em parte por preferir a gestão centrada em um “patrão” ao invés da autogestão e, também, por permitir interferências externas, ao repassar a terceiros suas obrigações. Isso impacta negativamente na apropriação das funções do Conselho Fiscal e, portanto na credibilidade da associação

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Publicado

2011-12-01