v. 17 n. 1 (2022): Anais do XVII Encontro Nacional de Engenharia e Desenvolvimento Social

Publicado: 2022-11-25

Tecnologia Social e Inovação social

  • João Paulo Silva, Samuel Andrade, Flavio Gustavo, Ricardo Jullian
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    Resumo

    O processo de construção do conhecimento nem sempre é trabalhado de forma eficiente através de métodos tradicionais de ensino. Sob essa ótica, é importante que outras metodologias sejam aplicadas por agentes da educação, como é o caso do Laboratório X. Nesse sentido, os cursos deste Laboratório utilizam abordagens com foco na prática, oferecendo aos cursistas as ferramentas necessárias para que cada indivíduo possa ser o protagonista em seu processo de aprendizagem. Além disso, ao unir as experiências práticas ao conceito construído, é possível observar um aproveitamento maior por parte de cursistas, principalmente ao lidar com equipamentos eletroeletrônicos, que são considerados por muitos como aparelhos de difícil entendimento. Dessa forma, os cursistas têm a oportunidade de desmistificar algumas questões relacionadas a computadores e eletrônicos em geral logo no início de curso, pois são estimulados a colocar “a mão na massa” desde o primeiro momento.

  • Angelo Gabriel Silva da Paixão, Carlos Henrique Farias de Barros Júnior, Débora Pellegrine Freitas, Elson Diego Souza Godinho, Gilmar Constantino Júnior, Rejane Gadelha
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    Resumo

    A Apropriação da Cultura Digital no Curso para idosos do Laboratório de Informática para Educação LIpE – da UFRJ, que transcorre em várias versões desde 2017, apresenta o relato de experiencia a partir das questões do afastamento geracional e da segurança informação, principalmente durante o período de pandemia do COVID-19 (2020-2021), o qual tornou-se assunto preocupante com relação aos aposentados e pensionistas durante o curso: O passar atuar totalmente no ensino remoto para quem precisava da apropriação de conhecimentos básicos da cultura digital. Esse desafio é o foco do relato de experiencia para o XVII ENEDES. Os indicadores qualitativos são os resultados da ação vistos através das respostas do público, com resoluções de problemas decorrentes do processo de ensino-aprendizagem que envolvem desde os idosos aos graduandos extensionistas. É importante ressaltar que, neste período, a turma reduziu para sete cursistas de quatro de média de frequência por aulas, com integralidade de quatro bolsistas do convênio como Sindicato de Trabalhadores de Educação da UFRJ (SINTUFRJ) e um técnico administrativo do Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (NIDES).

  • Victor Franklyn Martins Moreira, Matheus Felinto Tavares, Mauricio José Pereira de Abreu, Daniel Lemos, Renan Passos, Fernanda Duarte Vilela Reis de Oliveira
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    Resumo

    O Laboratório de Informática para Educação (LIpE) é um projeto de extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro que possui diversas ações com uma diretiva em comum: o uso da tecnologia de forma emancipatória, transformadora e crítica. Dentre as ações do LIpE surgiu o projeto de ensino de lógica de programação para alunos do ensino médio de escolas públicas. Nesse projeto são oferecidos diversos cursos, onde cada versão do curso é pensada levando em consideração as experiências das versões anteriores, buscando a melhor metodologia de ensino. Para incentivar a participação dos alunos e aumentar a permanência dos alunos no curso, foi desenvolvida uma biblioteca em Python que facilita a programação de jogos nessa linguagem. Essa biblioteca, chamada de jogos-python, foi desenvolvida pelos extensionistas e possui como base a biblioteca pygame. Uma característica interessante da jogos-python é que ela possui os comandos em português, se adequando à realidade dos nossos alunos. Além disso, ela possui funções que simplificam rotinas da pygame. Isto é, o que é feito na pygame com várias linhas de código está agrupado em poucos comandos da jogos-python, o que simplifica o código do aluno apesar de não ter tanta flexibilidade quanto a pygame. O artigo apresenta a jogos-python, destacando seus principais pontos e comparando-a com a pygame.

  • Diego Alonso Pezo Rivera
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    Resumo

    En este artículo se presentan dos casos de desarrollo territorial cuyos ejes son dos cooperativas, una de pescadores artesanales y otra de campesinos. Ambos casos tienen un origen en común, un conflicto ambiental, donde las organizaciones no solo agotaron las instancias de protesta, sino que se transformaron en actores activos en la generación de nuevas propuestas de desarrollo para sus comunidades. Sin embargo, las organizaciones no solo se vieron enfrentadas a los desafíos propios de cualquier emprendimiento, sino que a la falta de interés de los agentes tradicionales para generar innovación tecnológica que atienda las necesidades de estos grupos. Si bien estos aún no han terminado de solucionar todas las dificultades asociadas a factores internos como externo, sí han podido, mediante la asociatividad con distintas organizaciones de profesionales y la articulación de capacidades técnicas territoriales, generar innovación de alto nivel: una planta de procesos, máquinas y dos softwares.

  • Maria Carolina Moreira de Lima, Isabela Maia, Ruth Osorio, Manuel Figueiredo Meyer, Fernanda Petrus, Davi Henrique Rodrigues, Inahra Alves Cabral, Julia Neves Nicolao, Luciana Correa Lago, Vinícius Lopes
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    Resumo

    A problemática de saneamento nas favelas revela mais do que a falta ao saneamento básico o racismo ambiental e desinteresse político em garantir o direito e a dignidade humana nesses territórios. Através da inconformidade com a realidade imposta nasce o projeto LUTeS, Lutas Urbanas Tecnologias e Saneamento. Neste artigo, abordaremos os desafios da educação ambiental e da construção de tecnologias sociais  no contexto da Favela da Maré, mais especificamente na Escola João Borges de Moraes. Na nossa abordagem metodológica seguimos os princípios da educação popular e dialógica, inspirados em Paulo Freire, a Politecnia, a metodologia do Teatro do Oprimido e a práxis. Nossas aulas são ministradas em uma escola pública estadual que sofreu e ainda sofre com as consequências da pandemia e do desgoverno. Pudemos observar o engajamento dos estudantes ao longo desse processo, visando a transformação da sua realidade.

  • Giovanna Sales Santana, Ana Lucia Fonseca
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    Resumo

    Pelo fato de muitas vezes não serem atendidas pelas companhias de saneamento, as comunidades rurais são muito afetadas pela qualidade e a oferta de águas de abastecimento, tendo que utilizar fontes alternativas como poços/cisternas, muitas vezes contaminados. Este trabalho objetivou demonstrar a eficácia de 11 cloradores de pastilha modelo EMATER/2013, instalados em uma comunidade rural do município de Itajubá-MG. O clorador conta com a ação do cloro, em pastilhas, para a destruição das bactérias do grupo coliformes, em especial a Escherichia coli. A eficácia foi comprovada através de análises bacteriológicas, seguindo o método do substrato cromogênico e, a concentração de cloro livre quantificada pelo método colorimétrico, obtendo-se valores dentro dos limites expressos pela Portaria nº 888 de 2021. Assim, foi perceptível que os cloradores alcançaram resultados satisfatórios no que tange a destruição dos coliformes termotolerantes, proporcionando uma água de qualidade aos moradores.

  • Amanda Azevedo, Mariana Gonçalves, Fernanda Santos Araújo
    21

    Resumo

    Neste artigo apresentamos um percurso inicial do projeto de pesquisa intitulado “Tecnologia, Trabalho e Cuidado”. Pela pesquisa pretendemos investigar os atravessamentos entre os conceitos de tecnologia, trabalho e cuidado, com base em uma série de iniciativas protagonizadas por um grupo de mulheres negras na região da Serra da Misericórdia, Zona Norte do Rio de Janeiro. Parte-se de uma leitura crítica da tecnologia, demonstrando que tal concepção tende a não considerar interseções com raça, gênero e sexualidade e a desconsiderar a esfera do trabalho que garante a reprodução da vida. Ressignificando a ideia de tecnologia, buscaremos identificar rotas de desenvolvimento tecnológico de resistência e analisar como as dinâmicas de produção e reprodução da vida no território se relacionam com esse percurso da técnica. Ainda buscaremos refletir sobre o lugar ocupado pelo cuidado nessas dinâmicas.

  • Adriano de Almeida Fogo, Bianca de Carvalho Pereira Campos, Licia Galdino da Cruz
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    Resumo

    O conceito de Tecnologia Social é polissêmico e não apresenta unanimidade entre os autores e agentes que o acionam. Assim, a partir da análise da categoria analítica e da categoria
    descritiva/normativa, busca-se diferenciar as duas concepções e seus usos práticos. Para tal,
    foram utilizados alguns referenciais teóricos, análise documental das instituições envolvidas e duas entrevistas. O estudo sobre a Metodologia das Três Fases do Banco da Providência, a
    partir das noções difundidas pela Fundação Banco do Brasil mostrou que, por se tratar de um conceito em disputa, seu uso tende a expressar os horizontes e perspectivas de seus
    formuladores e executores.

  • Emille Barroso Cavalcante, Leonildo de Sousa Ferreira, Paulo Ricardo Lopes de Freitas, Carlos Breno de Sousa Ponciano, Gleiciane Uchoa Silva, Alexandre de Araújo Bertini, Arilena Nobre Gois
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    Resumo

    Este artigo visa apresentar o modo que o Escritório de Tecnologia Social (ETecS) da Universidade Federal do Ceará atua no combate à desigualdade social por meio da produção de projetos de regularização fundiária na população da cidade de Fortaleza-CE, tendo como meta colaborar na expansão do número de imóveis regularizados na capital do Ceará. O ETecs é um projeto de extensão, existente há 17 anos, cujo foco é tornar serviços de engenharia e arquitetura acessíveis à população, visando solicitantes que se encaixam no perfil socioeconômico prescrito na Lei 11.888/2008 de Assistência Técnica Gratuita. Portanto, a atuação do EtecS nesse âmbito é relevante para que mais pessoas possam ser integradas no contexto legal das cidades e que o conhecimento dessas ações contribuam para a garantia dos direitos humanos, bem como o acesso à moradia de maneira plena e segura.

  • Karim Sutter Siqueira, Carlos Estêvão Rolim Fernandes, Vinícius Saraiva Barretto, Marcela Monteiro Santos
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    Resumo

    Apresenta-se a metodologia e discutem-se as principais conclusões obtidas a partir do processo de sistematização de ações desenvolvidas na Ocupação Carlos Marighella, em Fortaleza-CE. O processo de intervenção foi estruturado a partir de quatro eixos: a mediação institucional, pela qual se estabeleceu um vínculo entre a comunidade e as instituições envolvidas, identificando a segurança energética e a fragilidade da rede elétrica como demanda emergencial; o levantamento físico, pelo qual se realizou o mapeamento das moradias e foram identificadas as ligações existentes da rede elétrica de baixa tensão; a comunicação comunitária, onde se procurou democratizar as linguagens, informando a comunidade e recebendo dela as demandas necessárias para assegurar a construção de uma solução de abastecimento elétrico coletivamente satisfatória; e, por fim, o projeto de Engenharia, desenhado de forma a promover o direito social à moradia, à segurança e qualidade de vida das famílias.

  • Luciane Caroline de Souza Ferreira, Camila Rolim Laricchia
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    Resumo

    Presentes por todo país, as casas de farinha representam uma forma de convivência, geração de renda e soberania alimentar para muitas famílias no meio rural. Este trabalho é fruto do projeto de construção de uma farinheira no Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Osvaldo de Oliveira, localizado em Macaé, ampliando o escoamento da mandioca ali produzida. Assim, este artigo tem como objetivo desenvolver um modelo computacional de simulação para mapear e analisar as etapas do processo produtivo de farinha no PDS. O modelo foi feito antes da conclusão da farinheira, por isso foram utilizados dados obtidos de especificações técnicas de máquinas encontradas no mercado. Entre os resultados, pode-se identificar e quantificar os resíduos gerados, as principais saídas, o leadtime do processo e os potenciais gargalos. Destacando assim, a relevância da ferramenta para análise do sistema e auxílio na tomada de decisão.

  • Guilherme Azzolini, Regina Oliveira
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    Resumo

    As tecnologias sociais de captação e armazenamento de água se mostram como importante ferramenta para contribuir na distribuição e qualidade da água, impelir a segurança hídrica e alimentar de comunidades vulneráveis. Em comunidades amazônicas, inclusive as que estão inseridas em áreas protegidas, se encontram vulnerabilizadas, especialmente, em relação ao acesso a este recurso. O objetivo deste trabalho foi identificar, por meio da revisão de literatura científica e documentos técnicos, tecnologias sociais voltadas à captação e armazenamento de água na Amazônia brasileira. Foram localizadas e mapeadas 45 experiências de tecnologias sociais de acesso, captação e/ou armazenamento de água. Sendo 43 experiências dentro de áreas protegidas de uso sustentável, descritas de acordo com sua origem e aplicação para consumo humano em sete estados da Amazônia brasileira.

Economia Solidária, incubação, trabalho e gestão

  • Conrado Gonçalves Carvalho, Eduarda Alberto, Marcos Silvoso
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    Resumo

    O trabalho lança luz sobre o tema da atuação profissional em arquitetura e engenharia no campo da arquitetura/engenharia social, buscando contribuir para a discussão acerca da importância do nivelamento de conceitos e definições que objetivam alçar as diversas formas de atuação ligadas à arquitetura e engenharia sociais, que tiveram, no século XXI, incrementações com a Lei Federal de ATHIS e dos recentes – e em delineação – modelos de empreendedorismo social em áreas de favelas e periferias. No sentido de contribuir para o debate da democratização da arquitetura e engenharia e o papel da formação profissional nesse processo, o trabalho faz uma revisão bibliográfica sobre o histórico da atuação de arquitetura e engenharia voltada à habitação social e traça apontamentos sobre a importância de novos direcionamentos no ensino de arquitetura e engenharia, no sentido de enfrentar os problemas habitacionais e urbanos e de pautar o fortalecimento de uma universidade plural e democrática.

  • Leonardo Ferreira Reis, João Lucas da Silva, Daniele Cristina Coelho, Larissa Gabriela Xavier Clemente, Wendy Anara Cristina Souza Gonçalves, Paola Cristina Nascimento Souza
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    Resumo

    Tradicionalmente, o ensino de engenharia destina-se a formar profissionais com conhecimento técnico focado no lucro e produtividade, promovendo uma aceleração da transformação social, caracterizando o acúmulo de riqueza nas mãos de poucos e contribuindo para o aumento da desigualdade social. Numa tentativa de minimizar o impacto do tecnicismo, buscando por uma transformação socioeconômica e ambiental significativa, justa e solidária, surgem conceitos como a engenharia popular. Visando a aplicação da Engenharia Popular em um ambiente universitário tecnicista inserido na cidade de Itabira, dependente da mineração, são realizadas iniciativas extensionistas, através do projeto Rede Camaco de Engenharia Popular, que anualmente capta bolsistas para trabalhar diversos eixos temáticos, como a economia solidária, agricultura familiar e agroecologia, meio ambiente e sustentabilidade. 

Engenharia e gênero/Perspectiva feminista na engenharia

  • Zuleica Carmen Castilhos, Solange Luizão Barbuio Barbosa, Ethiane Agnoletto, Maria José Maluf de Mesquita, Patrícia Palermo, Mice Rubia Barbosa Alves Tanure, Elisabete Santos
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    Resumo

    Profissionais, estudantes e trabalhadoras que de alguma forma atuam na mineração se reuniram durante o 3 Seminário de Mineração do Norte do Mato Grosso, em julho de 2022,  para juntas e junto com o público masculino, compartilharem a realidade das mulheres no setor e refletirem sobre o que nós, como sociedade, podemos fazer para tornar menos difícil para uma mulher trabalhar e ascender no setor, tanto na grande mineração quanto na de pequena escala.  A partir dos resultados, conclui-se que a mudança na sociedade é necessária e deve ser induzida por políticas públicas e que ela antecede as mudanças empresariais. Conclui-se também que estamos testemunhando uma transição cultural, em especial na mineração, com as mulheres exigindo seus direitos e seu espaço. Espera-se que este trabalho possa ser útil para tornar o mercado de trabalho da mineração mais amigável às mulheres, pois se trata de um setor econômico com significativo retorno financeiro e que merece ser livremente considerado como uma opção para a mulher que busca crescimento profissional e visa à melhoria na qualidade de sua vida e de suas famílias.

Racismo Tecnológico / Engenharia e Etnodesenvolvimento

  • Larissa Medeiros de Andrade
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    Resumo

    A visão hegemônica da tecnociência é a de que o avanço tecnológico é capaz, por si só, de alterar as condições de vida da humanidade. Essa perspectiva entende a tecnologia como ferramenta neutra e autônoma, sem levar em conta os atores sociais. No entanto, as noções de progresso e desenvolvimento foram e ainda são usadas para subjugar a população negra. Isso pode ser observado no aumento do encarceramento de pessoas negras possibilitado por tecnologias de segurança, por exemplo. Na medida em que se reconhece o racismo como estrutural do capitalismo, as tecnologias desenvolvidas com base nessa ideologia não são capazes de promover um combate efetivo a ele. Uma vez que a Tecnologia Social e a Economia Solidária se posicionam como contra hegemônicas, espera-se que coloquem o debate racial como foco. Diante disso, esse artigo busca analisar se essa expectativa de fato se comprova, a partir de uma revisão bibliográfica da discussão racial na Tecnologia Social e na Economia Solidária.

  • Rodrigo de Pinho Franco, Alyne Muller, Lívia Neis, Thiago Mendonça, Maria Elisa Magri, Paulo Belli Filho, Rodrigo de Almeida Mohedano
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    Resumo

    Os povos indígenas compartilham um quadro de injustiça deflagrado pela privação do acesso a direitos humanos fundamentais. De maneira geral, no Brasil, as aldeias estão expostas ao consumo de água contaminada e a dejetos humanos sem tratamento. Nesta escrita, sistematizamos as ações do projeto de extensão Saneamento Ambiental em Aldeia de Santa Catarina de março a agosto de 2022. Através do estudo de diários de campo, relatórios e atas, dividimos nossa reflexão sobre a ação em 4 momentos: O Caminhar da Pesquisa-ação; A Reserva Indígena Tekoa V’ya; O monitoramento da salubridade ambiental; e Alguns aprendizados obtidos. Notamos que apesar da boa qualidade da água nos pontos observados, a água na aldeia ainda não é potável e concluímos que sanear um território somente será uma estratégia de promoção da saúde, quando aplicada de modo a compreender as dinâmicas locais. Assim, usar de uma abordagem sensível nas ações do projeto nos aproximou da promoção da saúde na aldeia.

Energia, meio ambiente e sustentabilidade

  • Erick de Oliveira Pessoa, Mariana Barbosa Ramos, Reginaldo Cordeiro Junior, Victor Hugo Rodriguez Lorenzo, Vinicius Gomes Comucci, Ricardo Jullian da Silva Graça, Fernanda Duarte Vilela Reis de Oliveira
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    Resumo

    O crescente consumo de tecnologias acarreta no aumento da geração de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE), sendo o Brasil um dos maiores consumidores do mundo (DAQUINO, 2013). Tais REEE apresentam, em sua composição, componentes valiosos, mas ao mesmo tempo perigosos à saúde humana e à natureza, dados os materiais utilizados na sua constituição. Dessa forma, os REEE são considerados um problema ambiental e de saúde pública, além de ser uma oportunidade para geração de trabalho e renda. Objetivou-se, assim, conscientizar e capacitar integrantes de cooperativas de reciclagem, estudantes e trabalhadores da área em geral a fim de ampliar o arcabouço teórico e prático para manusear e descartar os REEE de forma segura, além das diversas possibilidades de atuação que um profissional possa vir a ter nessa área. Dessa forma, através da metodologia participativa, desejamos estimular o desenvolvimento de práticas econômicas sustentáveis e o maior cuidado com questões ambientais e com a saúde humana.

  • Luana Rodrigues Gomes, Lídia Maia Moreira, Anna Paula Alves, Juliana Silva Domingos, Bárbara Botelho, Ramon Ramos, Jonathas Batista Gonçalves Silva
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    Resumo

    Historicamente, a ocupação de terras no Brasil é baseada na ocupação irregular. Essa prática pode ser identificada tanto nas favelas como nos condomínios de luxo, que tendem a se concentrar, cada vez mais, em áreas ambientalmente frágeis. Apesar disso, as ocupações irregulares são mais intensas nos assentamentos precários de pessoas de baixa renda. Portanto, o objetivo deste trabalho é estudar a ocupação por assentamentos precários em Áreas de Preservação Permanente (APPs) na cidade de Juiz de Fora-MG e suas consequências para o ambiente. A metodologia se ancorou na análise do Plano Municipal de Habitação de Juiz de Fora (2007), seu Plano Diretor Participativo (2018) e os dados da Defesa Civil de Juiz de Fora (2021). A partir dos resultados obtidos, foi possível observar que a população mais carente é a mais prejudicada em termos de infraestrutura e condições sociais quando se trata de moradia, sendo obrigadas a ocuparem regiões, na maioria das vezes, de áreas de riscos e/ou APPs.

  • Livia Ornelas, Elisiane Dantas da Conceição, Doutor Marcos
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    Resumo

    Grandes esforços têm sido feitos para se desenvolver novas fontes de energia que possam substituir as fontes de energia convencionais que dependem de recursos fósseis. Dentre as diferentes fontes alternativas de energia, a Célula a Combustível de Membrana de Troca de Prótons (PEMFC) é considerada uma das alternativas mais promissoras de geradores de energia limpa. Um dos possíveis usos é a geração de energia residencial. Este estudo tem como objetivo caracterizar e apresentar uma modelagem para a produção de hidrogênio por eletrólise e expondo os principais fatores técnicos, que influenciam a implantação de uma central de produção de hidrogênio. No transcurso metodológico apresentamos inicialmente o estado da arte e em seguida um modelo para avaliar o potencial de geração de energia a partir de baixa temperatura e baixo consumo de água. Os resultados preliminares apresentam uma eficiência do sistema de 30% para ser alcançada a meta de 6W.

Universidade, formação na engenharia e educação

  • Dalila Almeida do Nascimento, Ilana Tôrres Pontes, Moudilayne Freire, Carlos Estêvão Rolim Fernandes, Alfran Sampaio Moura, Alexandre Araújo Bertini, Arilena Nobre Gois
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    Resumo

    Este artigo apresenta os resultados de um trabalho de articulação entre equipes universitárias e uma empresa privada com o objetivo de elaborar um estudo de caracterização do solo, a fim de subsidiar a elaboração de projetos para habitações de interesse popular na Ocupação Carlos Marighella (OCM), em Fortaleza-CE. O presente estudo descreve os procedimentos de aproximação entre a universidade e a comunidade, bem como a participação da empresa responsável pelos ensaios e análises geotécnicas. O estudo se propõe a apresentar elementos que viabilizarão o fornecimento de orientações visando o uso mais racional do subsolo local, o projeto e a futura execução das fundações. Dados preliminares permitem a identificação do tipo de fundação a ser adotado. A atuação do ETecS (Escritório de Tecnologia Social) possibilita prestar um serviço de engenharia de qualidade para comunidades carentes e fornecer aos alunos formação técnica e cidadã.

  • Mariana Figueiredo Menezes, Romis Ribeiro de Faissol Attux
    19

    Resumo

    O desenvolvimento acelerado da tecnociência traz às(aos) engenheiras(os) um inegável protagonismo. Por outro lado, há uma amplificação da desigualdade social e destruição do meio ambiente. Não obstante, nos cursos de engenharia, pouco se discute sobre o papel social da(o) engenheira(o). Tendo esse cenário, este trabalho busca trazer a discussão sobre como é visto o ensino na Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação (FEEC) da Unicamp pelo corpo acadêmico. Realizou-se uma pesquisa, com suporte de um questionário, a fim de refletir sobre a formação que as(os) estudantes estão recebendo. Entre outras coisas, conclui-se que há, no ensino, uma grande diferença na percepção da relevância dada por discentes e docentes aos conteúdos considerados como puramente técnicos em detrimento de aspectos ambientais, sociais e econômicos, o que gera uma dificuldade para que a(o) estudante egressa(o) tenha um perfil crítico. Buscaremos, neste trabalho, tecer uma reflexão acerca dos dados levantados.

  • Wagner Ragi Curi Filho, Rafael Lucas, Fernanda, Lucas, Viviane
    27

    Resumo

    Este artigo possui como objetivo analisar os motivos pelos quais estudantes das áreas tecnológicas participam ou não de ações de extensão durante sua graduação. Para tal, foi realizada uma coleta de dados por meio de formulário eletrônico, tendo sido obtidas 68 respostas de 4 cursos distintos que responderam questões sobre: Período de ingresso e sentimento em relação à universidade e ao curso; Participação dos estudantes em atividades acadêmicas e; Participação dos estudantes em atividades de extensão. Os respondentes foram alunos de uma universidade pública brasileira, situada em um campus fora de sede, no interior de Minas Gerais. Os principais motivos para não participar de ações de extensão são: 1) não possuem tempo, pois trabalham (27,7%); 2) nunca tiveram vontade de participar, embora conheçam ações de extensão (14,9%); 3) não sabem como participar de ações de extensão (12,8%) e não possuem coeficiente para terem bolsa e não participariam como voluntários (12,8%). 

Tecnologia na agricultura familiar e agroecologia

  • Alexandre Trennephol, Layssa Maia, Vanessa Rodi, Felipe Addor, Ricardo Nazareth Muniz, Andrey Seraphim Guilherme
    18

    Resumo

    Diante de um cenário de precarização das condições de vida e trabalho, forte apoio estatal ao agronegócio e desestruturação das políticas institucionais de compra de alimentos, agravado pela pandemia, diversos modelos que buscam reconfigurar a relação campo-cidade têm sido experimentados pelo Brasil. Através dos Circuitos Curtos de Comercialização, que visam garantir maior autonomia e segurança financeira aos produtores, e uma alimentação de qualidade para os consumidores, essas experiências pautam a construção de sistemas agroalimentares autônomos. Nessa perspectiva, o artigo busca descrever a experiência do projeto Campo-Cidade (CACI): Fortalecendo coletivos da reforma agrária, com foco em sua atuação nos anos de 2021 e 2022, buscando compreender suas contribuições para a territorialização do MST na cidade do Rio de Janeiro, através do Cine Armazém e da estratégia de comercialização em feiras, refletindo sobre seu papel enquanto projeto de extensão na formação de estudantes e construção de uma nova relação campo-cidade.

Estudos tecnológicos, desenvolvimento e sociedade

  • Eduarda Alberto, Marcos M. Silvoso
    17

    Resumo

    O setor industrial responsável pela materialização dos projetos arquitetônicos, a indústria da construção civil, tem grande influência sobre os três pilares da sustentabilidade, como apresenta: ambiental, econômico e social. Apesar das particularidades relativas ao cenário brasileiro, os impactos do setor sobre os aspectos mencionados são referenciados em grande número de produções científicas globalmente. Nesse sentido, com vistas a dirimir tais impactos, cabe ressaltar a relevância de pesquisas que aplicam metodologias de gestão dos impactos gerados pelo setor e também as certificações de sustentabilidade aplicadas a edificações e materiais construtivos. Este artigo objetiva apresentar uma avaliação quantitativa sobre os critérios de desempenho do Selo Casa Azul (SCA), parâmetro validado para gestão de requisitos de sustentabilidade e aplicado no âmbito de políticas públicas no Brasil, com ênfase na dimensão social da sustentabilidade. Realizou-se uma avaliação infométrica a partir dos critérios de avaliação do SCA e foram consideradas 6 categorias para a sistematização das informações: os três pilares da sustentabilidade e suas intersecções – social, ambiental e econômica, bem como socioambiental, ambiental-econômica e socioeconômica. Considerando tais, os critérios de avaliação foram categorizados, em consonância com a redação disposta no Guia do SCA, em função do objetivo de cada um. Os indicadores foram quantificados, considerando também a obrigatoriedade de atendimento a tais critérios e as diferentes pontuações entre eles. Observou-se que as diretrizes de sustentabilidade avaliadas no SCA priorizam sobremaneira a DS ambiental. Os indicadores sociais, por sua vez, são majoritariamente critérios eletivos e principalmente voltados aos moradores das edificações e à intersecção socioambiental da sustentabilidade.

  • Paulo Maia, Artur Pinheiro
    12

    Resumo

    Este trabalho traz uma pequena parte do esforço de “Amazonizar” as discussões e análises
    críticas a respeito da temática Amazônica, no âmbito do estudo de Tecnologia Social no Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e no Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social. Notadamente sob a ótica autogestionária, participativa e colaborativa contida na proposta de investigar saberes populares na Amazônia através do Carimbó, um estudo proposto na linha de pesquisa Trabalho e Formação Politécnica e coordenado pelo Grupo de Educação Multimídia GEM. A proposta foi levada à prática dado o contexto do X Fórum Social PanAmazônico na Universidade Federal do Pará, reunindo povos diversos, gerando um conjunto de saberes a serem transmitidos e entrelaçados para construção de diálogos, problematizações e aprendizados para novos momentos.

  • Tarliz Liao, Josy Teixeira Silva de Oliveira, Dra Andrea Thees
    23

    Resumo

    Este artigo reflete sobre as perspectivas teóricas e práticas de um curso de extensão promovido por um grupo de pesquisa e estudos vinculado a uma instituição federal no Rio de Janeiro em parceria com um núcleo de educação de outra universidade federal, no Sul. O público-alvo destinado inicialmente era de pessoas idosas, e o curso, teve por intuito a promoção da responsabilidade social e formação humana na inclusão digital dessas pessoas, alicerçado pelas discussões de Tecnologia Social. A metodologia da pesquisa utilizada foi de natureza qualitativa, e os dados coletados on-line se originaram nos materiais disponibilizados pela equipe ministrante e nas respostas dos cursistas durante interações nos fóruns de discussão em uma plataforma moddle. Como resultado, o curso possibilitou discussões que perpassavam os conceitos de Sabedoria Digital e Cibercultura, promovendo a aprendizagem e, ao mesmo tempo, desenvolvendo o senso crítico e reflexivo na utilização das tecnologias digitais.

  • Igor Resende Del Bosco, Julia Porto do Amaral, Thiago Gomes de Lima
    26

    Resumo

    Percebeu-se no decorrer deste trabalho que existe uma grande dificuldade em estudar o setor fast-food. Além disso, pesquisas que tratam da aplicação do Inventário de Trabalho e Riscos de Adoecimento (ITRA) em empresas desse ramo, de forma qualitativa e quantitativa, são escassas no Brasil. Participaram, portanto, desta pesquisa de cunho quantitativo e qualitativo, respondendo ao ITRA de Mendes e Ferreira (2007), 67% da população que trabalha em uma franquia localizada na cidade de Macaé. Visando analisar o posto de trabalho e os riscos de adoecimento devido a possíveis exposições físicas e psicológicas, na coleta de dados, foram utilizadas as quatro escalas do ITRA propostas por Mendes e Ferreira (2007), sendo obtidas boas médias nas seções, porém, médias graves relativas às dores, esforço físico, movimentos repetitivos e estresse no trabalho. Logo, uma análise ergonômica da atividade pode contribuir com o processo de transformação das situações analisadas e os riscos evidenciados.

  • Luana Rodrigues Gomes, Lídia Maia Moreira
    21

    Resumo

    A autoconstrução é uma prática comumente adotada como estratégia para viabilizar o acesso a moradia, principalmente para famílias de baixa renda. Apesar de muitos estudos sobre esta prática ainda persiste a demande por estudos sob aspectos técnicos das áreas de engenharia e arquitetura. O objetivo deste trabalho é identificar o que tem sido estudado sobre autoconstrução no que tange aos seus aspectos técnicos. Para isto realizou-se uma revisão bibliográfica narrativa em que foram selecionados 10 artigos, agrupados em três categorias: Estruturas; Manifestações patológicas; e Aspectos Técnicos gerais. Os resultados apontam recorrência de subdimensionamento de pilares e superdimensionamento de sapatas; presença de umidade e trincas; má ventilação e iluminação, aspectos que se correlacionam e geram baixa habitabilidade e risco estrutural. Espera-se que o trabalho contribua com o campo de estudo sobre a autoconstrução e traga insumos práticos aos profissionais atuantes nestes territórios.

  • Eloá Gaspar Barreto, Raquel Machado Miranda
    18

    Resumo

    Com o intuito de pontuar e promover o compartilhamento dos conhecimentos adquiridos através da elaboração, produção e divulgação do jogo digital educativo Salve Maré!, foi realizada uma sistematização de experiência, guiada pelas orientações de Jara Holliday (2006). Para realizar a sistematização, foi iniciada uma análise documental do jogo e o registro das ações executadas para sua construção, tendo como contexto teórico dessa criação as contribuições de Paulo Freire (1987, 1996), Thiollent (1986), entre outros estudiosos. Através desses esforços obtivemos a elucidação das questões a serem melhoradas no jogo, o que aprendemos com sua criação e como podemos contribuir com projetos futuros que se assemelham ao Salve Maré!, concretizando assim, um artigo que contribui para a discussão sobre a tecnologia, principalmente as tecnologias digitais, que se utilizam de narrativas como a dos jogos, para o desenvolvimento social.